terça-feira, 31 de agosto de 2010

O ataque dos sonhos de Milão

Finalmente, o ataque do Milan da Itália é de “encher os olhos”. Desde a época de Kaká, Schevchenko, Pirlo e Seedorf, esses dois últimos em boa fase, o time rossoneri não tinha um elenco tão forte, principalmente no setor ofensivo. E aos novos contratados, Robinho e Ibrahimovic, juntamente com Ronaldinho Gaúcho, o eterno número 1 do mundo, e Alexandre Pato, o jovem craque brasileiro, uma missão: resgatar a felicidade do time, esquecida ao longo dos anos. 
Zlatan Ibrahimovic em ação pela seleção Sueca

Alegria não deve faltar. O quarteto supracitado é um dos mais talentosos do futebol mundial. A magia  perdida ao longo da primeira década do século 21 no Milan tem tudo para voltar ao San Siro e encantar o torcedor. Mas ai,  alguém mais pessimista pergunta: “como escalar um time com quatro atacantes? Como fica o meio de campo, a defesa? Ficarão desguarnecidas?”


Para responder a essa questão, sem nenhum esforço, lembramos o recente e brilhante time brasileiro do Santos. Com três atacantes e um armador, a equipe da baixada santista resgatou a alegria de jogar futebol no Brasil e no mundo. Provou para todos que é possível mostrar três requisitos básicos do esporte: vencer, jogando bem e convencendo.

Assim também deve ser o poderoso Milan. Ibrahimovic centralizado como principal atacante, Pato pela direita, Ronaldinho Gaúcho centralizado pelo meio de campo e Robinho pela esquerda ofensiva, trocando de posição com o dentuço brasileiro.

Robinho comemorando gol pela seleção Brasileira

A formação tem tudo para dar certo, basta que o técnico não se acovarde e coloque em campo todo o potencial de seu elenco. É claro que será necessário treinamento, disciplina tática e equilíbrio. Mas não podemos deixar que essas jóias se percam em campo em função única e exclusiva da efetividade, ou do resultado. Acredito que eles virão naturalmente, a partir do momento em que esses jogadores adquirirem ritmo de jogo.

Futebol deve ser jogado para frente, bonito e com o Milan atual é possível fazer com que os jogadores sejam produtivos tanto para o espetáculo, quanto para o resultado. Disse e repito: não podemos aceitar que esses jogadores apenas joguem em função de um esquema tático sisudo, quadrado e sem liberdade para a criatividade.

Jogue a bola no meio de campo e deixe que os quatro se entrosem. Depois veja o que eles fazem. Ai sim, teremos noção exata do quão valioso o trabalho deles será para o futebol mundial. É a chance deles de mostrarem que futebol bonito não é antônimo de resultado.

Ronaldinho e Pato: talentos brasileiros do Milan

E pela empolgação na declaração dos jogadores, fica a certeza de que tudo dará certo. Além disso, reacende a esperança no torcedor, que quer ver um pouco da magia do futebol arte, apresentado até meados da década de 80 no Brasil e no mundo, e resgatado pelo Santos 2010.

Como fã do futebol visto como arte e esporte é o que espero!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Calvário alvinegro sem fim

Dor e melancolia. É assim que um torcedor fanático absorve uma derrota do seu time de futebol. Antes dos jogos, há toda uma preparação, afinal de contas, espera-se um espetáculo, um show, um baile da sua esquadra contra o adversário. Quando ele acorda, o pensamento crava em apenas um objetivo: ver o time do coração jogando bem, vencendo e convencendo.

Para isso, liga para os amigos, combina hora de pegar ônibus, ou então ir mais cedo de carro, revê a condição de bandeiras e camisas. Ingressos na mão é a certeza de um bom lugar na arquibancada, pois isso também fazem parte do ritual que precede a ida ao estádio.

Tudo pronto para ir, seguir em frente. No caminho, a tradicional batucada. Rádio na mão para seguir o pré-jogo. Em dia de partida fácil, até mesmo o comentarista critica de forma positiva, dando a impressão de um duelo tranquilo e boa vitória. Mas, quando o adversário engrossa o caldo, o fanático sabe que as dificuldades deverão ser ultrapassadas, pois para ele apenas a vitória interessa.

E quando se trata do glorioso Atlético Mineiro, que se encontra longe do lugar de destaque que deveria ocupar devido tamanho prestigio no mundo do futebol, a zona de rebaixamento, a vitória é ainda mais importante. Por isso, a vibração da torcida, considerada 12 jogador alvinegro, é fundamental para impulsionar o time ao tão esperado triunfo.

A entrada é barata e logo aquele mar de gente se multiplica ainda mais. Já nos portões de acesso ao campo, a torcida pula, grita e faz uma bela festa. O jogo começa e a previsão de partida equilibrada se confirma. Mas o Galo é valente, destemido e está disposto a provar que quer um lugar ao sol. A bola que caprichosamente bate no travessão aumenta as esperanças de 15 mil fanáticos alvinegros no estádio e de uma legião que acompanha pela TV.

Uma explosão de alegria e vibração toma conta das cadeiras. E no gol? Ah, o gol! Momento sublime do futebol. Bola enfiada para Neto Berola e o atacante, sem titubear, tira do arqueiro Marcos e arremata a bola para estufar as redes. Vantagem no placar e euforia do torcedor.

Até ai, tudo ia bem. A torcida fazia a sua parte e o time correspondia dentro de campo. Mas ai, uma pane tomou conta do meio de campo e da defesa alvinegra. Fábio Costa rebate forte chute de Luan e o volante, aquele que está em campo para defender, aparece como elemento surpresa na pequena área e, sem esforço, encosta na pelota, empurrando para dentro do gol.

O empate deixou apreensivos os torcedores do Galo. Unhas, já não tinham mais. Alguns, mais nervosos, pediam emprestados do colega ao lado para roer. A tensão tomava conta de um jogo corrido, disputado e equilibrado, como sempre foi Atlético Mineiro e Palmeiras.

E para consolidar a triste tarde quente de Ipatinga, o golpe final foi dado. O gol do atacante Kleber, ex-Cruzeiro, fez sangrar o coração do torcedor atleticano. Lágrimas corriam dos rostos de marmanjos barbudos, que batiam no peito e escudo da camisa, pedindo raça ao time em campo.

Fim de jogo e uma salva de vaias culminou das arquibancadas. Os torcedores saíram de campo decepcionados e com a idéia fixa de que precisam trabalhar ainda mais para honrar as cores do time que defendem. Ao Palmeiras coube comemorar o triunfo e sair de cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido.

E aquele torcedor, que se preparou para ir ao estádio ver um espetáculo, se organizou com os amigos, colocou a camisa do time e agitou a bandeira na torcida? Voltou para casa, mais uma vez, se perguntando: quando terminará o triste calvário alvinegro?!

domingo, 29 de agosto de 2010

O instransponível Dedé

O Vasco e Cruzeiro deste sábado não foi um jogo qualquer. Dois dos maiores clubes do Brasil se enfrentaram no São Januário, no Rio de Janeiro, e o que se viu foi algo, no mínimo, estranho. Ataques eficientes, com belos valores, rápidos e criativos foram apenas alguns dos ingredientes em campo. Por outro lado, defesas sólidas e em boa fase também marcavam presença. E mais, foram as responsáveis pelo placar magrinho da partida.

Apesar dos grandes valores em campo, o jogo foi marcado por momentos bisonhos. Chutes tortos, tropeços e lances de deixar até o menos entendido do esporte, envergonhado. Um senhor, que vendia pipoca nas arquibancadas, quase chorou ao ver alguns poucos flashes da partida, enquanto fazia o troco para algum cliente, e lembrar os craques do passado. Dinamite, Acácio, Edmundo e Romário foram alguns nomes que vieram à memória do pobre torcedor vendedor de milho estourado.

Mas quem disse que para ir a um estádio ver futebol a gente paga ingresso para ver, necessariamente, um jogo? Nem sempre é assim. É claro que qualquer partida é, por si só, um jogo, oras. Mas, há situações em que um ser humano, se é que podemos chamar assim alguém que se apresenta de forma impecável e brilhante, se destaca até mesmo do espetáculo como um todo.

 Dedé, a alegria da noite de sábado
Na noite quente do Rio, um jovem de 22 anos, negro, forte e com sorriso largo no rosto encheu os olhos do público, principalmente o torcedor vascaíno. Lendo isso, você logo imagina que se trata de um atacante recém chegado da base? Ou um meio campista habilidoso, que joga com a cabeça erguida? Não, meu amigo leitor! Definitivamente, não! Trata-se de um zagueiro, com todas as letras. Ele, tirando a pintura de gol marcado pelo atacante do Vasco, Zé Roberto, foi a “coisa boa” do jogo.

No início da partida, os atletas cruzeirenses partiam para cima da defesa vascaína como se não conhecessem aquele jovem. Tiago Ribeiro, Wellington Paulista e o motorzinho Montillo trocavam passes no meio de campo, faziam lançamentos, enfrentavam o miolo do campo sem maiores dificuldades. Mas, ao chegarem à defesa adversária, batiam de frente com este jovem zagueiro.

Aquela era a noite dele, do xerife da defesa vascaína. O intransponível menino, que com garra, determinação e persistência, corria atrás da bola com todo vigor da sua idade e foi a melhor atração daquela partida murcha e marcada pelos erros. Ele dividia e roubava as bolas dos atacantes com a experiência de um jogador antigo na profissão e competência ímpar no esporte.

Ele é um craque? Talvez pudesse mudar o verbo e colocar “foi”. Mas isso não importa. Quando a principal atração em um jogo recheado de craques é atribuída a um jogador que demonstra raça, ao invés de técnica; vibração, ao invés da acomodação e superação, ao invés da mesmice, não caberá a mim, mero cronista esportivo, fazer a troca de palavras.

Três aves para Dedé, o craque zagueiro de São Januário! Ovacionado pela torcida ao fim do jogo, a simplicidade nas palavras do rapaz, que agradeceu aos aplausos da torcida, emocionou aquele senhor que vendia pipocas. Com o rosto em lágrimas, ele adentrou o campo e deu um abraço apertado no menino, dizendo: “obrigado pelo belo espetáculo e por ser jogador do Vasco”.

Triste “Grande Prêmio” ao piloto das 300 corridas

Um volta foi tudo o que o piloto Rubens Barrichello realizou em seu 300º GP na Fórmula 1 da carreira. Acompanhando a prova do sofá da minha casa, senti uma fincada no peito ao ver a sua Williams batendo na traseira da Ferrari de Fernando Alonso. A garoa que começou a cair no meio da primeira volta molhou a pista e, por isso mesmo, tinha a certeza de que o brasileiro se daria bem em Spa-Francorchamps.

Rubinho comemorando vitória pela Brown, em 2009
Ele largou em sétimo lugar e tinha um carro bem equilibrado para a corrida, mas, lamentavelmente, os deuses da Fórmula 1 não sorriram para Rubens desta vez. E digo desta vez, pois ele é considerado um dos melhores pilotos de chuva da categoria. Apesar de novo na época, recordo dos grandes GPs de Barrichello, quando ainda era da Jordan. Foi com aquele carro amarelo, e na chuva, que ele inventava e reinventava o jeito de manejar o volante.

Infelizmente, na manhã deste domingo muitos brasileiros acordaram cedo para ver um espetáculo á parte de Rubens. Era uma ótima oportunidade para ele provar, mais uma vez, que o seu estilo de pilotar na chuva era único e insuperável. Porém, a grande aliada em momentos ímpares na Fórmula 1, desta vez, foi uma traiçoeira, víbora e mostrou-se indigesta para o piloto e seus fãs.

Apesar do precoce abandono de Barrichello, nada maculará a sua brilhante trajetória na categoria. Ninguém chega aos 300 GPs por acaso e isso deve ser comemorado. Não foi como o esperado, mas devemos ter orgulho de saber que um piloto brasileiro é o maior recordista em participações na F-1.

Viva Barrichello e seus 300 Grandes Prêmios!



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Presente de grego no Pacaembu

Nem o mais bem humorado dos torcedores palmeirenses levaria na esportiva o presentão de grego que o time recebeu do Atlético Goianiense. No dia em que o Palmeiras completava 96 anos, parece que os papéis dos atores foram invertidos e quem saiu rindo do Pacaembu foram aqueles que, teoricamente, seriam coadjuvantes na trama.

De um lado, um time em ascensão. O Palmeiras do técnico Scolari vinha de invencibilidade de três jogos, defesa invicta e a torcida jogava junto com o time. Um torcedor fanático, que estava do meu lado vendo a festa da multidão nas arquibancadas, gritava “este é um time repleto de glórias e hoje irá mostrar que sua história não são favas contadas”.

Mas o que este torcedor bigodudo, com chapéu de mafioso italiano e suspensório, trajes, por sinal, bem ultrapassados para o século 21, não imaginava é que do outro lado vinha um time desesperado, com fome de bola. E no futebol, assim como na vida profissional, há um ditado que diz: transpiração é sempre mais importante do que a inspiração.

Sedentos por uma vitória, assim como um faminto por um prato de comida, os jogadores do time de Goiânia, principalmente o setor defensivo, estavam instransponíveis. Zagueiros bem postados, goleiro seguro e laterais e volantes fazendo coberturas precisas. Assim foi a marcação do time da capital goiana na noite desta quinta-feira. Lá na frente, uma estrela solitária brilhou e levou ao delírio os mais de 47 torcedores do tricolor que marcaram presença no estádio. Elias, com três belos chutes, inclusive o de pênalti, marcou os gols do triunfo.

Já os atores principais, os jogadores do Palmeiras, perderam o brilho e foram encostados pelo diretor da trama, Scolari. Ao público alviverde, presente em quase 20 mil, restou o protesto e o pedido de reforços. Dos atletas palmeirenses, apenas dois foram poupados: Marcos, a muralha lendária; e Valdívia “El Mago”, que retornou ao futebol brasileiro bem longe da sua forma física.

E o torcedor bigodudo, você me pergunta: o que aconteceu com ele? Voltou para casa triste, com os suspensórios baixos e, consequentemente, suas calças quase arriadas, levando a certeza de que este foi um dos piores presentes recebidos ao longo dos seus 96 anos de vida.

Apresentação de um fanático pelo esporte


Olá, amigo internauta! Obrigado pelo seu acesso a este blog.

Para quem não me conhece, meu nome é Silvio Ferreira, sou graduado Comunicação Social – Jornalismo – pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) e pós-graduado em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC-MG.

Desde pequeno estou em sintonia com o mundo dos esportes em geral, em especial, o futebol. Acompanho meus times nos estádios, torço, vibro e quando assim estou, deixo de lado o profissionalismo. No mais, quando sento para escrever, a paixão pela unidade se transforma. Passo a ter olhar clínico das coisas, sem sentimentalismo.

Espero atender ás expectativas de você, leitor, e ao longo da existência deste blog, levar até você uma opinião embasada, criteriosa e longe de fanatismos. Afinal de contas, aprendi nessa vida que o respeito, muito mais que o amor, é o principal alicerce das relações humanas.

Um abraço a todos, e “vamo que vamo”.

Silvio Ferreira