Nem o mais bem humorado dos torcedores palmeirenses levaria na esportiva o presentão de grego que o time recebeu do Atlético Goianiense. No dia em que o Palmeiras completava 96 anos, parece que os papéis dos atores foram invertidos e quem saiu rindo do Pacaembu foram aqueles que, teoricamente, seriam coadjuvantes na trama.
De um lado, um time em ascensão. O Palmeiras do técnico Scolari vinha de invencibilidade de três jogos, defesa invicta e a torcida jogava junto com o time. Um torcedor fanático, que estava do meu lado vendo a festa da multidão nas arquibancadas, gritava “este é um time repleto de glórias e hoje irá mostrar que sua história não são favas contadas”.
Mas o que este torcedor bigodudo, com chapéu de mafioso italiano e suspensório, trajes, por sinal, bem ultrapassados para o século 21, não imaginava é que do outro lado vinha um time desesperado, com fome de bola. E no futebol, assim como na vida profissional, há um ditado que diz: transpiração é sempre mais importante do que a inspiração.
Sedentos por uma vitória, assim como um faminto por um prato de comida, os jogadores do time de Goiânia, principalmente o setor defensivo, estavam instransponíveis. Zagueiros bem postados, goleiro seguro e laterais e volantes fazendo coberturas precisas. Assim foi a marcação do time da capital goiana na noite desta quinta-feira. Lá na frente, uma estrela solitária brilhou e levou ao delírio os mais de 47 torcedores do tricolor que marcaram presença no estádio. Elias, com três belos chutes, inclusive o de pênalti, marcou os gols do triunfo.
Já os atores principais, os jogadores do Palmeiras, perderam o brilho e foram encostados pelo diretor da trama, Scolari. Ao público alviverde, presente em quase 20 mil, restou o protesto e o pedido de reforços. Dos atletas palmeirenses, apenas dois foram poupados: Marcos, a muralha lendária; e Valdívia “El Mago”, que retornou ao futebol brasileiro bem longe da sua forma física.
E o torcedor bigodudo, você me pergunta: o que aconteceu com ele? Voltou para casa triste, com os suspensórios baixos e, consequentemente, suas calças quase arriadas, levando a certeza de que este foi um dos piores presentes recebidos ao longo dos seus 96 anos de vida.
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