sábado, 8 de novembro de 2014

Clássico dos clássicos: com ou sem torcida?

Depois de garantirem vaga na finalíssima da Copa do Brasil, Atlético e Cruzeiro iniciaram confronto fora das quatro linhas. Normal se analisarmos o histórico do duelo. Torcidas se gozam, jogadores fazem apostas, diretorias se bicam. Enfim, tudo aquilo que norteia o “pré-clássico” continua acontecendo.

A definição do mando de campo é um exemplo. A exemplo dos últimos confrontos, pensava-se que Atlético e Cruzeiro jogariam cada um em seu estádio, com torcida única. Porém, na quinta-feira (6), fomos surpreendidos com a notícia de que as duas torcidas poderão acompanhar o seu time do coração nos dois confrontos da inédita final.

De um lado, o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, atacou o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, chamando-o, inclusive, de “desaforado”, alegando que este teria descumprido um suposto acordo.  O representante alvinegro rebateu, dizendo que o celeste é “mentiroso e descontrolado”. Disse ainda que não teria feito acordo com ninguém.

Sobre esses assuntos, a imprensa nacional, e em especial a mineira, já tem repercutido o suficiente. Ouviu todos os lados e fato é que nos dois jogos, o visitante terá direito a 10% dos ingressos, enquanto o mandante terá os outros 90%.

Alheio a toda essa polêmica, mas levando em consideração o triste passado de violência que envolve o clássico, penso que é hora de darmos um basta nessa separação ditatorial e desumana que existe ao dividir o espetáculo, limitando uma torcida por vez.  Não é justo que apenas um lado possa apoiar o seu time do coração e o outro tenha que esperar o próximo jogo.

Passou da hora de revermos essa história de torcida única. Como medida paliativa, funcionou e conseguiu inibir um pouco a violência. Mas é chegado o momento de discutir e polemizar o assunto novamente. O futebol mineiro passa por um período brilhante dentro de campo e isso não pode ser deixado de lado.

Dai você me pergunta: de quem é a culpa então? É das torcidas organizadas, que protagonizam cenas lamentáveis de violência umas com as outras? É do sistema de Segurança Pública? Do Estado? Do mandante do jogo?

Uma coisa é certa: uma partida de futebol é muito mais gostosa no estádio quando se tem as duas torcidas. Pergunte para os jogadores, diretorias e principalmente, pergunte para si mesmo, atleticano e cruzeirense. Você tem o direito de poder ver o seu time sempre, em qualquer lugar. A violência deve ser combatida e não é o torcedor que deve pagar o pato.


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