Depois de garantirem vaga na finalíssima da Copa do Brasil,
Atlético e Cruzeiro iniciaram confronto fora das quatro linhas. Normal se
analisarmos o histórico do duelo. Torcidas se gozam, jogadores fazem apostas,
diretorias se bicam. Enfim, tudo aquilo que norteia o “pré-clássico” continua
acontecendo.
A definição do mando de campo é um exemplo. A exemplo dos
últimos confrontos, pensava-se que Atlético e Cruzeiro jogariam cada um em seu
estádio, com torcida única. Porém, na quinta-feira (6), fomos surpreendidos com
a notícia de que as duas torcidas poderão acompanhar o seu time do coração nos
dois confrontos da inédita final.
De um lado, o presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, atacou
o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, chamando-o, inclusive, de “desaforado”,
alegando que este teria descumprido um suposto acordo. O representante alvinegro rebateu, dizendo que
o celeste é “mentiroso e descontrolado”. Disse ainda que não teria feito acordo
com ninguém.
Sobre esses assuntos, a imprensa nacional, e em especial a
mineira, já tem repercutido o suficiente. Ouviu todos os lados e fato é que nos
dois jogos, o visitante terá direito a 10% dos ingressos, enquanto o mandante
terá os outros 90%.
Alheio a toda essa polêmica, mas levando em consideração o
triste passado de violência que envolve o clássico, penso que é hora de darmos
um basta nessa separação ditatorial e desumana que existe ao dividir o
espetáculo, limitando uma torcida por vez. Não é justo que apenas um lado possa apoiar o
seu time do coração e o outro tenha que esperar o próximo jogo.
Passou da hora de revermos essa história de torcida única.
Como medida paliativa, funcionou e conseguiu inibir um pouco a violência. Mas é
chegado o momento de discutir e polemizar o assunto novamente. O futebol
mineiro passa por um período brilhante dentro de campo e isso não pode ser
deixado de lado.
Dai você me pergunta: de quem é a culpa então? É das
torcidas organizadas, que protagonizam cenas lamentáveis de violência umas com
as outras? É do sistema de Segurança Pública? Do Estado? Do mandante do jogo?
Uma coisa é certa: uma partida de futebol é muito mais
gostosa no estádio quando se tem as duas torcidas. Pergunte para os jogadores,
diretorias e principalmente, pergunte para si mesmo, atleticano e cruzeirense.
Você tem o direito de poder ver o seu time sempre, em qualquer lugar. A
violência deve ser combatida e não é o torcedor que deve pagar o pato.
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