Bola de cristal furada na 19ª rodada: Cruzeiro vence e Atlético afunda

Ainda não foi desta vez que a minha bola de cristal esteve afiada. Como você pode ver no texto abaixo, eu havia cravado vitória do alvinegro e derrota do celeste. E não é que foi o contrário? 

Foi sensacional, empolgante, divino o jogo do Cruzeiro contra o Palmeiras no Pacaembu, em São Paulo. E como um banco de reservas de qualidade faz toda a diferença, não é mesmo? Basta lembramos que os autores de dois dos três gols da equipe mineira foram marcados pelos jogadores que vieram do banco: Roger, o brilhante canhotinha, e o atacante argentino Ernesto Farias, que tem visual de emo e fez chorar mesmo os torcedores adversários. 

Raposa quer uma vaga para a Libertadores do ano que vem

Com a consolidação da vitória, o Cruzeiro se credencia de vez na luta pelo título do Campeonato Brasileiro. E merece a posição que ocupa. Vendo que o elenco foi mal no torneio regional, no início do ano, a diretoria da Raposa reformulou as peças humanas e trouxe jogadores de qualidade. Montillo é o maior destaque do time celeste, além, é claro, do goleiro Fábio que vive excelente fase há pelo menos 5 anos. 

Podemos dividir o jogo deste domingo em dois: o do primeiro tempo, dominado pelo Palmeiras, e o do segundo tempo, que teve um Cruzeiro arrasador dentro de campo. Mais do que nunca, o ditado esteve a favor da Raposa: “quem ri por último, ri melhor”. 

Já o Galo, coitado, vive o mesmo martírio. Dentro de campo, os jogadores demonstram raça e alguns lampejos de qualidade, mas o resultado raramente muda. Quando não é empate, é uma amarga derrota, como foi a deste domingo diante do São Paulo: 3 a 2. A irregularidade é a principal característica de um time que mais parece o Frankenstein: remodelado, feito de última hora e não funciona, até o momento.

E como se fosse uma vitrola quebrada, o técnico Vanderlei Luxemburgo sempre repete o mesmo discurso. “Apesar da derrota, o time jogou bem”. Ora, será que Luxa pensa que jogar bem ganha jogos? Acredito que não, né?! Está na hora de o time vencer, que é muito mais importante do que manter a mesma ladainha de sempre. Ver o time jogando “bem” deve deixá-lo menos preocupado. Mas será que depois de 38 rodadas ouviremos: “Apesar de cairmos para a Segundona, o time tem talento para subir, pois estamos jogando bem”?! 

O projeto do Galo, senhor Luxemburgo, é para esse ano e não 2011. Ganhar um salário que extrapola orçamento da maioria dos times brasileiros e dizer que vai para a Segunda Divisão com o Atlético, caso caia e está caminhando para isso, é muito simples. Quero ver se aceitaria reduzir significativamente a folha salarial de toda a comissão técnica para continuar à frente da equipe. 

Sinceramente, acima do amor pelos times que torço, prezo o futebol, a arte, a beleza do esporte e é assim que acredito que deveria ser o apaixonado em geral. Como torcedor do Atlético-MG e do Palmeiras estou chateado com as derrotas, mas devo exaltar os adversários, que mostraram talento e competência para superá-los.